terça-feira, 28 de março de 2017

Quais são os sinais de atraso no desenvolvimento de uma criança?

Como saber se há algo errado com a criança?

Conforme a criança vai crescendo, é natural que surjam as comparações e que os pais se preocupem se está tudo correndo dentro do esperado para a idade dela. Dúvidas como "Será que com essa idade ele já não deveria estar engatinhando?" ou: "A filha da vizinha já fala várias palavras, por que será que ela não fala ainda?" são comuns.

A questão é que cada criança tem um ritmo diferente de desenvolvimento. Assim sendo, muitas vezes é difícil separar o que é simplesmente uma particularidade e o que é um verdadeiro atraso no desenvolvimento, que possa estar sendo causado por alguma condição que precise ser investigada e tratada.

A observação dos pais e das pessoas que mais convivem com a criança é a melhor forma de identificar possíveis atrasos. Caso seja identificado algum problema, intervenções médicas ou terapias específicas ajudam a reduzir eventuais prejuízos futuros, principalmente se iniciadas bem cedo.

O que significa exatamente "atraso no desenvolvimento"?

Os médicos usam o termo "atraso no desenvolvimento" quando uma criança não atinge alguns dos marcos do desenvolvimento com a idade esperada, mesmo já levando em conta as variações individuais. O atraso pode ocorrer em uma ou mais áreas:

  • Coordenação motora ampla (habilidades físicas como rolar, sentar e andar)
  • Coordenação motora fina (capacidade de segurar as coisas, manipular objetos)
  • Linguagem e fala (tanto a compreensão quanto a fala)
  • Habilidades sociais (relacionamento com outras pessoas)
  • Capacidade de autocuidado (vestir-se, usar o banheiro)

É comum uma criança ter atraso no desenvolvimento?

Estudos já mostraram a ocorrência de atrasos do desenvolvimento em de 10 a 15% das crianças de menos de 3 anos, portanto se trata de um problema relativamente comum. Entre os atrasos estão dificuldade de aprendizado, de se comunicar, de se movimentar e até de brincar.

Quanto mais rapidamente a criança receber terapias adequadas, maior a chance de reduzir o impacto do atraso neuropsicomotor.

Alguns desses atrasos desaparecem até o início da vida escolar (ensino fundamental). Já outros são identificados apenas mais tarde. 

Cerca de 40 por cento das crianças que têm algum atraso no desenvolvimento possuem também um outro atraso em outra área. Somente 2% possuem três tipos ou mais.

Que tipo de problema os pais podem perceber?

A maioria das famílias consegue perceber com certa facilidade atrasos nos grandes marcos do desenvolvimento, como engatinhar e andar. Mas também há atrasos mais específicos, como a dificuldade em segurar objetos pequenos ou passar um brinquedo de uma mão para outra.

Na área da linguagem, um dos sinais de alerta é perceber que a criança não entende o significado de palavras, ou não tenta se comunicar, seja apontando ou balbuciando.

Nas consultas de rotina, o pediatra deve fazer perguntas sobre o comportamento do bebê e observá-lo para ter certeza de que ele está se desenvolvendo como o esperado.

Crianças que nasceram prematuras podem demorar mais para atingir certos marcos do desenvolvimento se comparadas com bebês nascidos no tempo certo. Até o segundo ou o terceiro aniversário, o pediatra pode preferir considerar como a "idade" do bebê prematuro a data prevista de parto, ou seja, a data em que a gestação teria completado 40 semanas. O BabyCenter preparou listas de sinais de alerta de várias áreas do desenvolvimento para você consultar e conversar com o pediatra:


O que pode estar causando o atraso?

Em algumas situações, o atraso no desenvolvimento tem uma causa médica identificável, como complicações de um nascimento prematuro ou uma condição genética como a síndrome de Down ou outras síndromes. Também pode ser causado por algum acidente ou doença.

Problemas na fala e na linguagem podem ser causados por dificuldade de audição, questões físicas ou neurológicas ou ainda transtornos cognitivos. Pediatras, neuropediatras, fonoaudiólogos costumam ser os profissionais envolvidos em diagnóstico e opções de tratamento.

Problemas de visão podem ser a causa de alguns atrasos, e são difíceis de perceber. No início é o pediatra que examina a visão do bebê, mas em caso de preocupação ele pode encaminhar o bebê para uma avaliação mais detalhada com um oftalmologista.

O médico disse que está tudo normal, mas ainda estou preocupada

Se, mesmo depois de uma avaliação cuidadosa por parte do pediatra, ele não tiver identificado nenhum atraso, mas mesmo assim você não tiver se convencido, confie nos seus instintos e procure uma segunda opinião, ou então a avaliação de um especialista (neuropediatra, fonoaudiólogo ou ortopedista, dependendo do tipo de atraso).

Pode até ser que esteja tudo normal e que a criança supere rapidamente o atraso, ou pode ser que uma terapia curta já seja suficiente para resolver o problema. Mesmo que realmente não seja nada, você vai estar tranquila de que está fazendo tudo o que pode para que seu filho tenha a melhor assistência e o melhor desenvolvimento possíveis.

Fonte: http://brasil.babycenter.com/a3400557/quais-s%C3%A3o-os-sinais-de-atraso-no-desenvolvimento-de-uma-crian%C3%A7a

terça-feira, 14 de março de 2017

'O ensino da escrita na educação infantil é um tempo roubado'

Não é difícil achar mães e pais de crianças com menos de seis anos que andam afoitos para que eles aprendam logo na Educação Infantil letras e números, conteúdos específicos e que tenham acesso ao ensino de Inglês. Isso é reflexo do mundo competitivo em que vivemos. É preciso saber mais que o outro, mais rápido, da melhor forma possível. Nossas crianças não podem "ficar pra trás". As escolas, claro, de olho no lucro (pouco importa a criança), procuram atender a demanda. Quem manda é o cliente! Se for preciso ensinar inglês, espanhol e mandarim pra crianças de 1 ano pra fisgar mais uma mensalidade muito bem paga, que assim seja! 

Eu poderia citar mil estudos que indicam que a alfabetização precoce não é vantajosa, mas achariam rapidamente o contrário: estudos que indicam exatamente que alfabetização precoce é incrível. Então, não vou me prender a provar cientificamente que alfabetizar antes dos seis anos é bom ou ruim. Um estudo assim depende de muitas variáveis e uma metodologia bastante certeira. Então, prefiro refletir sobre os efeitos de ensinar leitura e escrita precocemente.

A primeira reflexão que precisamos fazer é a seguinte: meu filho de 4 anos PRECISA saber ler e escrever? Pra quê? Ele pode aprender isso depois? Se sim, por que não? É uma vontade minha ou dele? Os estudos sobre aquisição da linguagem indicam que aprender a falar a língua materna acontece naturalmente. Aprender a escrever, não. Esse processo envolve desviar o pensamento para a escrita, que não acontece naturalmente. Escrever é uma técnica, um artifício engenhoso pra fabricar a fala. Além disso, antes de escrever, é preciso aprender um código complexo e ter maturidade suficiente pra entender cada "peça" desse código. Então, não é natural. Exige esforço, concentração e coordenadora motora bem desenvolvida. Em vez de estar aprendendo algo tão complexo como a escrita aos 4 anos de idade, as crianças poderiam estar jogando bola, mexendo na terra, correndo, aprendendo a relacionar-se com o outro, ouvindo histórias, desenhando livremente. Vejo a aprendizagem da escrita na Educação Infantil como tempo roubado. Um tempo que não vai mais voltar. Se há um período dedicado para esse fim (o 1º ano do Ensino Fundamental), por que não não esperar? Pra que a pressa? O que farão as crianças no 1º ano se já sabem o que deveriam estar aprendendo?

O segundo ponto e mais importante pra mim: algumas crianças não têm maturidade, interesse ou coordenação motora fina desenvolvida para começar o processo da escrita. Claro! São muito novinhas. Elas não têm mesmo obrigação de nada disso. Na falta desses três itens citados e uma professora tendo que dar conta do que planejou, do currículo ou do sei lá o quê que a escola exige, a culpa cai sobre a criança. E decretam: essa criança não aprende, é hiperativa, não se concentra... E dá-lhe ritalina! Isso cria uma ansiedade nos pais (por que só meu filho não consegue?), a escola quer jogar a culpa pra alguém (procura um psicólogo!) e não preciso nem dizer que a maior vítima é a criança. Antes de começar a desenhar a letra "a", é preciso correr muito, pular, saltar, dançar, cortar papel, amassar papel, pintar com tinta, pintar com giz, pintar com lápis, desenhar, recortar, se abaixar, levantar e tudo mais que envolva motricidade. As crianças deveriam ser expostas a todas essas atividades muitas e muitas vezes antes de começarem a pensar no a, e, i, o, u. 

Ensinar letras, números e inglês na Educação Infantil é querer inserir a criança no mundo adulto o mais rápido possível. Já vemos isso acontecer nas roupas adultizadas, nas danças, na adultização precoce. E, claro, queremos logo que aquele mini ser tenha uma agenda digna de executivo e que aprenda logo os códigos do mundo adulto. Querer fazer uma criança de 3 anos sentar, ler e escrever é, pra mim, querer apagar a primeira infância. A primeira infância deveria ser dedicada a brincadeiras e à liberdade. Querer colocar esse peso do mundo adulto nas mãos pequeninas de crianças que ainda estão trocando pelo na fala é um equívoco tão grande quanto exigir delas atitudes adultas. 

Eu desejo um mundo que respeite cada fase da criança, que respeite seu ritmo e seu direito de ser criança. 

Fonte: http://www.quartinhodadany.com.br/2015/11/por-que-meu-filho-nao-precisa-aprender.html?m=1

terça-feira, 7 de março de 2017

Autismo: O treino de habilidades motoras finas e grafomotor


Segundo o DSM V, o diagnóstico dos Transtornos do Espectro do Autismo é feito com base em duas grandes áreas do desenvolvimento: 1) Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais, e 2) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Ou seja, o diagnóstico não inclui atrasos ou deficiências no desenvolvimento motor ou, mais especificamente, no desenvolvimento das habilidades de coordenação motora fina. Porém, essa característica, apesar de não ser considerada no diagnóstico médico, é muito comum entre crianças e adolescentes com TEA.
Broun (2009) apontou que a conceitualização do Autismo como um transtorno motor foi inicialmente trazida a público em 1995 pelos pesquisadores Donnellan e Leary. Desde então, um crescente número de pesquisadores tem se voltado para as dificuldades motoras apresentadas por crianças com Autismo (Green, Baird, Barnett, Henderson, Huber & Henderson, 2002; Leary & Hill, 1996; Ming, Brimacombe & Wagner, 2007; Miyahara et al., 1997). Segundo Broun (2009), os pesquisadores encontraram significantes diferenças e anormalidades neuroanatômicas no cerebelo de pessoas com TEA, tanto em nível celular quanto estrutural. Essas diferenças causam anormalidades neurológicas que podem gerar os déficits nos movimentos e na execução de tarefas motoras pelos autistas (Allen & Courchesne, 2003; Cattaneo et al., 2007; Nayate, Bradshaw & Rinehart, 2005; Rodier, 2000). A autora afirma, ainda, que a disfunção motora é, atualmente, considerada por alguns pesquisadores (Mayes & Calhoun, 2003; Ming et al., 2007; Smith, 2004) como sendo um sinal mais brando ou sintoma associado de Autismo. Sintoma esse que não é considerado para o diagnóstico, mas é altamente prevalente no espectro.
Broun (2009) afirma que duas das principais dificuldades motoras apresentadas por autistas são: hipotonia (baixo tônus e força muscular) e apraxia (prejuízo na habilidade de executar movimentos hábeis, apesar de possuir a habilidade física e o desejo de executar). A autora discute que essas condições afetam diretamente a habilidade do indivíduo de usar suas mãos e tem um impacto significante sobre a habilidade do indivíduo de segurar e usar instrumentos de escrita.
Hans Asperger, em seu clássico artigo definindo a Síndrome de Asperger (Asperger, 1944/1991) descreveu quatro jovens que apresentavam prejuízos motores significantes. O autor enfatizou a pobre qualidade da escrita desses jovens. Segundo Broun (2009), indivíduos com Síndrome de Asperger[1] são, frequentemente, capazes de participar bem de atividades acadêmicas, embora apresentem dificuldades na escrita, tais como macrografia (letras grandes).
Tendo em vista essa dificuldade comumente encontrada na população diagnosticada com TEA, é fundamental que, na terapia individualizada, seja aplicado um programa de treino de habilidades motoras finas e treino grafomotor. Esse programa tem como objetivo ensinar habilidades motoras finas, relacionadas à coordenação motora, destreza, controle de força e propriocepção, que são pré-requisitos para o aprendizado de futuros movimentos necessários para atividades de vida diária e atividades acadêmicas, como, por exemplo: cortar alimentos, montar um prato, amarrar o cadarço, dobrar roupas, consertar objetos pequenos, desenhar, escrever, etc.
Para aplicação desse treino é necessário ter o programa detalhadamente descrito pelo analista do comportamento responsável, em parceria com o terapeuta ocupacional e o pedagogo da equipe de intervenção. Os materiais para as atividades devem ser acadêmicos (preparando a criança para esse contexto) e também lúdicos, ou seja, do interesse da criança (com temas e personagens que ela goste). Também é preciso separar possíveis reforçadores (objetos, alimentos ou atividades de interesse da criança) para serem utilizados como consequência após a execução de respostas esperadas, instalando e fortalecendo essas respostas.
No treino dessas atividades utilizamos o procedimento de Hierarquia de Dicas para evitar o erro (e, com ele, a desmotivação e o desinteresse na atividade). O aplicador deve partir da dica mais intrusiva (pegar na mão da criança e fazer todo o movimento com ela) e, gradualmente, ir passando para as dicas menos intrusivas (apenas direcionar o braço ou mão da criança para fazer o movimento correto; depois, apenas apontar o que a criança deve fazer, onde deve colar, encaixar, levar uma peça, etc.), até que a criança execute a tarefa de forma independente.
Essas atividades devem ser trabalhadas em contexto de Tentativas Discretas na terapia individualizada. Isto é, na mesa de terapia, com a criança atenta para o aplicador, esse apresenta uma das atividades descritas no programa (atividades grafomotoras ou de treino de habilidades motoras finas) e dá a instrução para a criança realizar a tarefa. Se necessário, o aplicador dá ajuda para isso. Imediatamente após cada resposta na tarefa, o aplicador elogia e disponibiliza um objeto, atividade ou alimento de interesse da criança.
Paralelamente ao treino em Tentativas Discretas, deve-se aplicar também o treino em contexto de Ensino Incidental que ocorre em ambiente natural, por exemplo, na escola. Nesse caso, por exemplo, a criança (que já aprendeu algumas habilidades motoras finas e grafomotoras na terapia) está na escola e o professor apresenta uma atividade grafomotora ou de treino de habilidades motoras finas para toda a turma e dá a instrução para as crianças realizarem a tarefa. Se necessário, o professor ou o AT (acompanhante terapêutico) dá ajuda para a criança executar a tarefa. Imediatamente após cada resposta na tarefa, o professor ou o AT elogia e deixa a criança continuar a atividade.
O Ensino Incidental também pode ocorrer em casa, por exemplo, durante um momento de brincar livre a criança pega um livrinho com atividades de pintura, cobrir pontilhados, ligar, desenhar, etc. O aplicador (pais ou cuidadores) se aproxima, senta-se com a criança e a estimula fazer uma das atividades do livro. Se necessário, o aplicador dá ajuda para isso. Imediatamente após cada resposta na tarefa, o aplicador elogia e deixa a criança escolher a próxima atividade que quer fazer.
O programa de treino de habilidades motoras finas deve envolver atividades que estimulem a preensão palmar, a força e a destreza manual como, por exemplo: colocar clipes no papel (pode-se estimular que a criança coloque os clipes coloridos em papéis com a mesma cor); pregar pregadores de roupa (sugere-se brincar de pregar os pregadores nas próprias roupas da criança e do aplicador); pegar objetos (Ex.: bolinhas de algodão) com pegadores de macarrão; etc.
Esse programa também deve focar o treino do movimento de pinça em atividades como: brincar de colocar a quantidade pedida de objetos pequenos (como miçangas, MMs, grãos de feijão, etc.) em potinhos ou formas de gelo; colocar moedas no cofrinho; colocar palitos de dentes no saleiro; colocar miçangas no barbante para fazer colares e pulseiras (enfiagem); jogos de alinhavo (passar cadarço nos buracos costurando uma imagem de interesse); colocar miçangas dentro da geleca ou da massinha para a criança procurar e tirar as miçangas; etc.
As habilidades necessárias para as atividades rotineiras também devem ser treinadas neste programa como, por exemplo, abrir e fechar zíper e botão; amarrar cadarço; abrir e fechar fivelas; velcro; etc. Existem brinquedos educativos que apresentam essas atividades, como no exemplo abaixo:
Preparando para o treino do recorte, começamos com o rasgar papéis, depois passamos para o recorte de tiras finas de papel, que exija apenas um movimento de abrir e fechar com a tesoura. Finalmente, seguimos para o recorte de tiras mais grossas, que envolvem mais de um movimento de abrir e fechar da tesoura. Em seguida, treinamos o recorte de formas geométricas retas e, por fim, formas circulares. Em alguns casos pode ser necessário começar esse treino com tesouras adaptadas, que exijam apenas o movimento de fechar a tesoura, pois ela abre sozinha (como um alicate). Segue um exemplo:
A colagem deve começar com cola bastão e depois passar para a cola líquida, que exige maior controle da força na mão. Sugere-se treinar o colar em espaço delimitado, já preparando para as atividades escolares. Os carimbos também são bons para treinar a força na mão e a noção de espaço, carimbando dentro de um espaço delimitado.
Com massinha pode-se estimular, além da destreza motora, a representação, ou seja, estimular que a criança modele algo da realidade, por exemplo: sol, casa, árvore, sorvete, pizza, menino, etc.
Em nível mais avançado, preparando para a escrita, deve-se trabalhar a perfuração, ou seja, colocar um desenho de interesse da criança sobre uma placa de isopor (pode-se usar bandejas de frios) e pedir que a criança fure o desenho com um lápis nos locais delimitados por pontos. Esta atividade trabalha a força na mão necessária para a escrita, o pegar corretamente no lápis e a precisão do movimento, afinal a criança deve posicionar o lápis no ponto delimitado antes de perfurar.
O treino de cobrir pontilhados também é precursor da escrita. Pode-se começar com linhas retas, depois linhas curvas, formas geométricas, desenhos de interesse da criança e, finalmente, números, letras e palavras. Outro treino interessante é o de traças em pranchas ou moldes vazados, como no exemplo abaixo:
Depois disso o treino da escrita segue para a cópia e o ditado, conforme o processo de alfabetização da criança. Vale lembrar que o processo de alfabetização não deve esperar que a habilidade grafomotora se desenvolva completamente e a criança consiga escrever. Se a escrita for difícil para a criança, a alfabetização deve seguir com auxílio de computadores e tablets (digitação) e, enquanto isso, paralelamente, dá-se continuidade ao treino grafomotor para chegar à escrita à mão.
O treino grafomotor deve envolver, ainda, a pintura dentro de espaços delimitados, começando com formas geométricas e, depois, passando para desenhos do interesse da criança e espaços gradualmente menores. Nesse treino usamos, inicialmente, o contorno saliente com barbante, palito de picolé, cola colorida (seca) ou cola quente (seca) que ajuda a criança a manter a pintura dentro do espaço delimitado. Com o tempo, este auxílio deve ser retirado. A pintura deve ser apresentada com diversos materiais, como: lápis de cor, cola colorida, tinta, giz de cera, etc.
Esse programa também envolve o treino do desenho, começando com atividades de cobrir desenhos em pontilhado, depois completar partes que faltam em um desenho simples, copiar desenhos e, finalmente, desenhar sem modelo.
As respostas a todas estas atividades devem ser registradas, bem como o tipo de ajuda necessário em cada atividade. Assim, o desempenho da criança poderá ser analisado e, com base nesta análise, serão definidos os próximos passos.
Fonte: http://www.comportese.com/2014/12/autismo-o-treino-de-habilidades-motoras-finas-e-grafomotor

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