segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cursos gratuitos e online para área de educação!


Olá!




O Instituto Nacional de Ensino a Distância (INEAD), está oferecendo vários cursos Online e gratuitos para a área da educação.
Tem cursos de  métodos de alfabetização, libras, coordenação pedagógica, psicologia escolar entre outros vários cursos interessantes.

Quem quiser se inscrever basta acessar AQUI.


Eu já me inscrevi em alguns rs.


O uso de Metilfenidato no tratamento de crianças e adolescentes com Dislexia e TDAH


Clay BritesNeuropediatra
Doutorando em Ciências Médicas (UNICAMP)
Integrante do DISAPRE-UNICAMP
Speaker e co-fundador da Neurosaber

 O metilfenidato (Ritalina, Ritalina LA e Concerta) é uma medicação psicoestimulante que age aumentando os níveis de dopamina e noradrenalina em suas respectivas vias neuronais e tem o efeito de aumentar a atenção seletiva e sustentada e a memorização de pacientes com TDAH. Não é um calmante, nem tranquilizante, nem serve para acalmar quem o usa, mas sim para elevar o nível de alerta e foco em atividades que exigem mais esforço mental, nos quais estas crianças e adolescentes apresentam significativa dificuldade.
Os guidelines e os protocolos internacionais recomendam o uso desta medicação como estratégia de primeira linha no tratamento farmacológico do TDAH1. As pesquisas e acúmulo de evidências mostrando sua eficácia e segurança a médio e longo prazos além da experiência de especialistas da área que o recomendam pelos mesmos motivos de segurança observados na prática clínica.
A associação entre Dislexia e TDAH é comum e pode ocorrer em 60% dos disléxicos. Entre os portadores de TDAH, 15-20% apresentam Dislexia e até 40% destes pacientes tem significativas dificuldades de compreensão de leitura, pobreza na produção textual e inabilidade de planejar e organizar atividades que envolvem leitura, escrita e matemática. Apesar da ciência e as evidências mostrarem que o metilfenidato não apresenta efeito significativo na Dislexia, muitos pesquisadores vem indicando seu benefício significativo naqueles disléxicos que apresentam também TDAH do tipo desatento ou combinado2.
Em artigo publicado recentemente no Journal of Learning Disabilities por grupo de pesquisa de referência em TDAH com Transtornos de Aprendizagem liderada por Rosemary Tannock, esta autora e seus colaboradores mostraram neste estudo com 65 crianças de 7 a 11 anos, portadoras de TDAH e Dislexia, que a associação de intervenções de programas de remedição fonológica com o metilfenidato comparado ao uso de placebo com estas intervenções mostrou-se mais eficaz e com resultados mais amplos na recuperação das dificuldades de leitura e na evolução do tratamento interventivo. A pesquisa concluiu que o uso do metilfenidato é promissora neste grupo de pacientes e pode ser uma estratégia mais indicada e significativa para auxiliar na condução interdisciplinar2.
Este resultado corrobora com as evidências que vem sendo publicadas desde os anos 90 mostrando que a medicação vem ajudando (e muito) a melhorar a evolução escolar em crianças com TDAH não-disléxicos, mas que tem problemas fonológicos, de compreensão de leitura, de memorização de segmentos textuais e naqueles que não conseguem analisar e sintetizar informações nas atividades escritas reduzindo riscos de repetência, evasão e abandono escolar3.

Para mais informações, as referências e os links:

1) Pastura G, Mattos P. Efeitos colaterais do metilfenidato.  Rev. Psiq. Clín. 31 (2);100-104, 2004. (link para acessar. )
2) Tannock R e cols. Combined modality intervention for ADHD with comorbid reading disorders : a proof of concept study. J Learn Dis 2016; 1-18.
3) Barbaresi W. J., Katusic S. K., Colligan R. C., Weaver A. L., Jacobsen S. J. (2007). Modifiers of long-term school outcomes for children with attention-deficit/hyperactivity disorder: Does treatment with stimulant medication make a difference? Results from a population-based study. Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics, 28(4), 274–287.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O sono tem influência direta na capacidade de aprender

Crianças e adolescentes que dormem bem têm maior facilidade para compreender e memorizar novas aprendizagens.


A qualidade e quantidade de sono afetam a disposição do corpo e a prontidão da mente para selecionar e armazenar as inúmeras informações a que é exposta durante o dia. O período de sono é formado por diferentes etapas, durante as quais processa tipos específicos de informações. Durante os primeiros minutos, por exemplo, o cérebro encontra-se mais apto para gravar melodias; já o ciclo final do sono é o período no qual as informações ligadas ao raciocínio lógico-matemático são armazenadas; é também nesta etapa do sono que ocorrem os sonhos e há uma rápida movimentação dos olhos sob as pálpebras cerradas (sono REM).
A medicina conta atualmente com recursos tecnológicos avançados; por meio de aparelhos de ressonância magnética é possível comprovar que é durante o sono, mais precisamente na fase REM (rapid eyes moviment), que as informações aprendidas durante o período de vigília consolidam-se. Todo esse percurso realizado pelos fatos, conceitos e procedimentos aprendidos em estado de alerta, ocorre graças à redução de uma substância química, a aceticolina. A diminuição dessa substância é que torna possível a migração das informações gravadas na memória recente para a memória de longo prazo.
Uma equipe de estudiosos da Universidade de Harvard elaborou uma série de pesquisas que comprovam a queda de rendimento intelectual e a baixa capacidade de memorização, observadas em um grupo de crianças e adolescentes depois de uma noite de sono de baixa qualidade. Este mesmo grupo, após um intervalo de descanso com cochilos de 40 a 60 minutos, apresentou significativas melhoras em seu desempenho. Os estudos realizados pela Universidade Americana, concluíram ainda que, os indivíduos adeptos de rotina regular composta de oito horas seguidas de sono apresentaram, em média, recursos de memorização 40% superiores àqueles submetidos a seis horas diárias de repouso.
Neurocientistas alemães da Universidade de Lübeck recomendam ainda que, as ideais oito horas seguidas de repouso tenham seu término por volta das 6 horas da manhã, estágio em que o cérebro encontra-se recuperado, graças ao repouso adequado. No entanto, leva pelo menos duas horas para que os bilhões de neurônios voltem à atividade plena; isso ocorre pela liberação de cortisol e dos hormônios da tireóide que estimulam as funções neuronais por um período aproximado de quatro horas. Este estudo, portanto, garante que nenhum estudante deveria entrar em aula antes das 8 horas da manhã.
Outra descoberta interessante aponta para a ocorrência de um período extremamente favorável à revisão daquilo que foi aprendido durante o dia; esse momento acontece doze horas depois do horário em que o indivíduo despertou; graças à ação de proteínas específicas.
Os pesquisadores apontam também para o fato de que, após quinze horas de vigília, o cérebro dos indivíduos entra num período de declínio em seu ritmo de funcionamento, graças à liberação da melatonina; o que só ocorre à noite, na ausência da luz. Esse hormônio tem seu ápice de atuação após quatro horas de sono. Assim, encerra-se um ciclo perfeito de repouso e vigília que garante ao indivíduo as mais adequadas condições para o trabalho mental; o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático; a absorção e aplicação de novas aprendizagens.

fonte: blastingnews

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

COMO SER UM BOM PROFESSOR? POR MÁRIO SÉRGIO CORTELLA


Para ser um bom professor(a) o profissional do ensino deve, segundo Mário Sérgio Cortella, primeiro ser um bom em aprender e segundo ser humilde pedagogicamente. 

Cortella é um professor universitário, filosofo, escritor, palestrante e educador.

Se não tiver uma atitude de aprendizado mutuo com os alunos não há humildade pedagógica e o contrário também ocorre, sem humildade pedagógica não ocorre o aprendizado compartilhado. Somos serem dinâmicos e devemos ter sempre uma postura flexível quanto ao ambiente que vivemos. Exibir comportamentos arrogantes dentro do círculo escolar somente mostra o despreparo que se tem para a função. Não se pensa em construir um futuro com comportamentos rígidos, a construção do conhecimento é um caminho que se percorre em conjunto e aprender e ensinar são modos de agregar uma vivencia rica em experiências, fortalecendo assim, a relação aluno-professor(a)

Confira o vídeo - Como ser um bom professor? por Mário Sérgio Cortella


Fonte: Só Escola

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

“Uma criança mimada será um adulto infeliz”, Leandro Karnal


Leandro Karnal, historiador brasileiro, refere-se à atual geração como a geração mais mimada da história.
Ele abarca questões que representam marcos positivos, como a ausência de castigos físicos, mas alerta para aspectos importantes: a ausência de limites e o fato dos pais cederem, sempre, “à manha e ao mimo”.
Sempre inclinado a uma reflexão ponderada e embasada cultural e historicamente, suas falas são objeto de grandes debates nas redes sociais.

Juan Casassus:"O clima emocional é essencial para haver aprendizagem"

Para o filósofo e sociológo chileno, além de conhecer os conteúdos que ensina, o professor deve saber identificar as necessidades dos alunos.




Entre 1995 e 2000, o chileno Juan Casassus esteve à frente de um ambicioso estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sobre a qualidade da Educação na América Latina. A pesquisa, realizada em 14 países - incluindo o Brasil - e publicada no livro A Escola e a Desigualdade, analisou fatores que favorecem o bom desempenho dos estudantes.

Docentes com formação sólida, avaliação sistemática, material didático suficiente, prédios adequados e famílias participativas apareceram como características importantes. Mas um aspecto lhe chamou a atenção: ter um ambiente emocional adequado, gerado pelo bom relacionamento entre professor e aluno, também é fundamental. "Essa descoberta me surpreendeu. Com base nela, direcionei meu foco para entender melhor o papel das emoções na vida em geral e na aprendizagem em especial."
Para transmitir o gosto pelo conhecimento, diz o filósofo e sociólogo especialista em Educação, um professor precisa dominar os conteúdos de sua disciplina - e também saber acolher as turmas, identificando e trabalhando interesses e sentimentos. De seu escritório em Santiago, ele falou por telefone com NOVA ESCOLA sobre o assunto.
Como surgiu sua curiosidade pelo papel das emoções na aprendizagem? 
JUAN CASASSUS Comecei a prestar atenção no assunto quando fui encarregado de dirigir o Primeiro Estudo Comparativo em Linguagem, Matemática e Fatores Associados para Alunos de Terceira e Quarta Séries do Ensino Fundamental (Peic). Foi um programa da Unesco realizado entre 1995 e 2000 em 14 países da América Latina que incluiu uma análise comparativa dos currículos, entrevistas com pais e professores e aplicação de provas de Linguagem e Matemática a 54 mil estudantes. O objetivo era compreender os fatores que influem no desempenho dos alunos.

O que essa pequisa descobriu? 
CASASSUS O achado mais surpreendente foi a importância do ambiente favorável à aprendizagem na escola - mais especificamente, a necessidade de um clima emocional adequado dentro da sala. Nas instituições em que os alunos se dão bem com os colegas, não há brigas, o relacionamento harmonioso predomina e não há interrupções nas aulas, eles se saem melhor. Verificamos que o desempenho deles chegou a ser superior em 36% na nota média da prova de Linguagem e 46% na de Matemática.

Marcos Mion fala sobre filho autista: “O pior preconceito é o velado”

Apresentador lança livro infantil com personagens baseados em membros da sua família para conscientizar crianças sobre autismo.


Marcos Mion afirma que aprendeu a ser “sua melhor versão” onze anos atrás ao se tornar pai de Romeo, diagnosticado autista aos dois anos de vida. Hoje aos 37 anos, o apresentador, que conquistou uma sólida carreira na TV, estreia como escritor com objetivo de conscientizar o público infantil sobre o autismo por meio do livro infantil “A Escova de Dentes Azul”.

Na história, o primogênito de Mion é o personagem principal, que convive com personagens baseados em seus irmãos, Donatella, de 8 anos, e Stefano, de 6 anos, em sua mãe, Suzana Gullo, e em sua cadelinha Pankeka. “Quero conscientizar as pessoas que o autismo não é uma doença, diminuindo o preconceito e fazendo um mundo melhor para o meu filho”, almeja Mion.

Confira a entrevista completa na Marie Claire

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

4 TRUQUES PARA AJUDAR NA ALFABETIZAÇÃO

Algumas atividades, desenvolvidas em sala de aula, são fundamentais no processo de alfabetização das crianças. Leitura em rodas, caça-palavras, escrever textos memorizados e até ditados. Pela simplicidade das atividades, é possível até que os pais alfabetizados tentem desenvolvê-las em casa.


Se você está tendo dificuldades na alfabetização de alguns de seus alunos não deixe de ler estas dicas, são super importantes.

01 - LEITURA EM RODAS

O que é:  o professor organiza a turma em uma roda e faz a leitura em voz alta de diferentes tipos de texto (contos, poemas, notícias, receitas, cartas etc.). 
Quando propor:diariamente, tomando o cuidado de trabalhar cada tipo de texto várias vezes, para que a turma se familiarize com ele, e de variar os gêneros, para que o repertório se amplie. 
O que a criança aprende:  esse é o principal canal de acesso ao mundo da escrita, essencial para os filhos de pais analfabetos ou que têm pouco contato em casa com livros, revistas e outros materiais. Na atividade, a criança se familiariza com a linguagem dos livros (onde há histórias que divertem), dos jornais (que trazem notícias), dos manuais (que ensinam a usar um aparelho) etc. Assim, ela aprende que cada um é produzido e apresentado de uma forma diferente e, assim, começa a perceber a diferença entre a língua falada e a escrita.


02 - LER PARA APRENDER A LER

O que é: a confrontação da criança com listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) e textos que ela conhece de cor - como cantigas, parlendas e trava-línguas -, propondo que neles ela encontre palavras ou "leia" trechos (antes mesmo de estar alfabetizada). 
Quando propor: em dias alternados com as atividades de escrita. A atividade deve ser realizada só com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor outras tarefas de leitura, já que eles conseguem ler com autonomia. 
O que a criança aprende: acompanhando o texto com o dedo enquanto recita os versos, o aluno busca meios de "descobrir" as palavras fazendo o ajuste do falado para o escrito. Isso acontece porque ele já sabe "o que" está escrito (condição para a realização da atividade) e precisa pensar somente no "onde". Ele reconhece as primeiras letras e partes de palavras conhecidas ou identifica as que se repetem. Para isso, ele se vale de estratégias de leitura, como a antecipação. No caso das listas, ele prevê qual será determinada palavra por já conhecer o tema em questão - frutas, cores - e, no caso dos textos memorizados, por já saber o que está escrito. Outra estratégia é a verificação, que consiste na identificação de uma letra conhecida que esteja no começo ou no fim da palavra e que confirme a antecipação feita.

03 - ESCREVER PARA APRENDER

O que é:a escrita de textos memorizados - como cantigas, parlendas, trava-línguas e quadrinhas - ou de listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) que podem ser escritos com lápis e papel ou com letras móveis.
Quando propor:em dias alternados com as atividades de leitura para reflexão sobre o sistema de escrita. A atividade deve ser realizada com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor um trabalho sobre ortografia ou pontuação, uma vez que eles já sabem escrever. 
O que a criança aprende:concentrada apenas no sistema de escrita - pois o conteúdo ela já sabe de cor -, a criança pode se voltar apenas ao "como escrever", pensando em quantas e quais letras usar. Ela se esforça para encontrar formas de representar graficamente o que necessita redigir, avançando no processo de alfabetização.

04 - DITADO PARA ESCRIBA

O que é: a turma cria oralmente um texto num gênero específico - conto, carta, bilhete, receita, notícia etc. -, mesmo sem estar alfabetizada, e a professora escreve no quadro. É condição didática para a atividade as crianças conhecerem o gênero. Dessa forma, mesmo sem saber definir o que são uma carta ou um conto de fadas, a criança sabe diferenciá-los. 
Quando propor:  várias vezes por semana. Sempre que o uso da escrita se fizer necessário no dia-a-dia da sala de aula (escrita de bilhetes, convites etc.) e no desenvolvimento de projetos de leitura e escrita. 
O que a criança aprende:ela se aprimora na linguagem escrita ao adaptar a linguagem oral (mais coloquial) às exigências de um texto no que se refere às suas características. Há ainda o trabalho de revisão dessa produção, eliminando palavras repetidas.

Fonte: Só Escola

domingo, 22 de janeiro de 2017

Edgar Morin: “É preciso educar os educadores”


Mudanças profundas ocorreram em escala mundial nas últimas décadas do século 20, entre elas o avanço da tecnologia de informação, a globalização econômica e o fim da polarização ideológica nas relações internacionais.
Diante desse cenário, o sociólogo francês Edgar Morin, hoje com 95 anos, defende que a maior urgência no campo das ideias não é rever doutrinas e métodos, mas elaborar uma nova concepção do próprio conhecimento. No lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de saberes, Morin propõe um dos conceitos que o tornaram um dos maiores intelectuais do nosso tempo: o da complexidade.
Em entrevista, o pensador critica o modelo ocidental de ensino que, segundo ele, separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. Para Morin, as disciplinas fechadas ensinam o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas impedem a compreensão dos problemas do mundo e de si mesmo. Confira abaixo:
Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?Edgar Morin: A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal” de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor.
Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado.
É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.
Quais são os maiores problemas do modelo de ensino atual?
Edgar Morin: O modelo de ensino que foi instituído nos países ocidentais é aquele que separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. E não é o que vemos na natureza. No caso de animais e vegetais, vamos notar que todos os conhecimentos são interligados. E a escola não ensina o que é o conhecimento, ele é apenas transmitido pelos educadores, o que é um reducionismo.
O conhecimento complexo evita o erro, que é cometido, por exemplo, quando um aluno escolhe mal a sua carreira. Por isso eu digo que a educação precisa fornecer subsídios ao ser humano, que precisa lutar contra o erro e a ilusão.
O senhor pode explicar melhor esse conceito de conhecimento?
Edgar Morin: Vamos pensar em um conhecimento mais simples, a nossa percepção visual. Eu vejo as pessoas que estão comigo, essa visão é uma percepção da realidade, que é uma tradução de todos os estímulos que chegam à nossa retina. Por que essa visão é uma fotografia? As pessoas que estão longe são pequenas, e vice-versa. E essa visão é reconstruída de forma a reconhecermos essa alteração da realidade, já que todas as pessoas apresentam um tamanho similar.
Todo conhecimento é uma tradução, que é seguido de uma reconstrução, e ambos os processos oferecem o risco do erro. Existe outro ponto vital que não é abordado pelo ensino: a compreensão humana.
O grande problema da humanidade é que todos nós somos idênticos e diferentes, e precisamos lidar com essas duas ideias que não são compatíveis.
A crise no ensino surge por conta da ausência dessas matérias que são importantes ao viver. Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.
O que é a transdisciplinaridade, que defende a unidade do conhecimento?
Edgar Morin: As disciplinas fechadas impedem a compreensão dos problemas do mundo. A transdisciplinaridade, na minha opinião, é o que possibilita, através das disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa.
O meu livro O homem e a morte é tipicamente transdisciplinar, pois busco entender as diferentes reações humanas diante da morte através dos conhecimentos da pré-história, da psicologia, da religião. Eu precisei fazer uma viagem por todas as doenças sociais e humanas, e recorri aos saberes de áreas do conhecimento, como psicanálise e biologia.

Como a associação entre a razão e a afetividade pode ser aplicada no sistema educacional?
Edgar Morin: 
É preciso estabelecer um jogo dialético entre razão e emoção. Descobriu-se que a razão pura não existe. Um matemático precisa ter paixão pela matemática. Não podemos abandonar a razão, o sentimento deve ser submetido a um controle racional.
O economista, muitas vezes, só trabalha através do cálculo, que é um complemento cego ao sentimento humano. Ao não levar em consideração as emoções dos seres humanos, um economista opera apenas cálculos cegos. Essa postura explica em boa parte a crise econômica que a Europa está vivendo atualmente.
A literatura e as artes deveriam ocupar mais espaço no currículo das escolas? Por quê?
Edgar Morin: Para se conhecer o ser humano, é preciso estudar áreas do conhecimento como as ciências sociais, a biologia, a psicologia. Mas a literatura e as artes também são um meio de conhecimento.
Os romances retratam o indivíduo na sociedade, seja por meio de Balzac ou Dostoiévski, e transmitem conhecimentos sobre sentimentos, paixões e contradições humanas. A poesia é também importante, nos ajuda a reconhecer e a viver a qualidade poética da vida. As grandes obras de arte, como a música de Beethoven, desenvolvem em nós um sentimento vital, que é a emoção estética, que nos possibilita reconhecer a beleza, a bondade e a harmonia. Literatura e artes não podem ser tratadas no currículo escolar como conhecimento secundário.
Qual a sua opinião sobre o sistema brasileiro de ensino?
Edgar Morin: O Brasil é um país extremamente aberto a minhas ideias pedagógicas. Mas, a revolução do seu sistema educacional vai passar pela reforma na formação dos seus educadores. É preciso educar os educadores. Os professores precisam sair de suas disciplinas para dialogar com outros campos de conhecimento. E essa evolução ainda não aconteceu. O professor possui uma missão social, e tanto a opinião pública como o cidadão precisam ter a consciência dessa missão.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pais influenciam mais o desempenho dos alunos do que infraestrutura da escola


Pais que se envolvem na educação dos filhos tendem a melhorar o desempenho deles. Já aqueles que supervisionam e os ajudam sempre nas tarefas escolares, tirando sua autonomia, atrapalham o rendimento dos alunos. Esta é apenas uma das descobertas do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), lançado pelo Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e o Caribe. O estudo também descobriu que infraestrutura da escola e localização urbana ou rural, sozinhas, não influenciam no desempenho dos seus alunos.
O Terce é aplicado em 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México). Ele avalia o desempenho escolar no ensino fundamental em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais.
Além do envolvimento familiar, outros fatores que influenciam positivamente o rendimento dos alunos é a disponibilidade de material escolar, pontualidade dos professores nível socioeconômico das famílias, frequentar a pré-escola (desde os 4 anos) e as altas expectativas por parte dos pais. Por outro lado, os fatores que pioram o desempenho dos estudantes são faltar à escola e viver em regiões desfavorecidas.
Desempenho do Brasil
Os alunos brasileiros superaram a média da região em matemática (4º ano) e em leitura (7º ano). Em escrita e ciências naturais, o Brasil fica na média em relação aos outros países. Em leitura, no 4º ano, e em matemática, no 7º ano, nossos adolescentes também ficaram na média.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Pedagogia e psicanálise não devem se misturar

Segundo a pscicanalista Melanie Klein, práticas devem ser guiadas por profissionais diferentes.

A discussão a respeito da posição de quem trata crianças – se é educador ou analista – existe desde os primórdios da psicanálise, causando debates teóricos acalorados. Melanie Klein (1882-1960) teve um posicionamento radicalmente contrário à ideia de “comunhão” entre psicanálise da criança e educação. Acreditava que a análise de crianças não diferia em quase nada da análise de adultos. Buscava eliminar qualquer intervenção pedagógica de seus atendimentos. Considerava que psicanálise e educação eram processos absolutamente distintos, que deviam coexistir, mas orientados por pessoas diferentes.
Em sua primeira comunicação pública, na Conferência da Sociedade Húngara de Psicanálise, em 1919, Melanie Klein apresentou o trabalho “Influência do esclarecimento sexual e o afrouxamento da autoridade no desenvolvimento intelectual das crianças” como tentativa de substituir a “educação tradicional” de Fritz, 5 anos (seu primeiro caso, que na realidade era seu filho Erich), por uma “educação psicanalítica”. Criticou a educação tradicional por diminuir a inteligência e a capacidade criadora das crianças. Também dizia que esse tipo de educação impunha a ideia de Deus e a repressão sexual, envolvendo a sexualidade infantil nos “véus do segredo, da falsidade e do perigo” e cobrindo-a de mistério.
No começo de 1924, apresentou uma comunicação altamente controvertida sobre a psicanálise de crianças pequenas, na qual começava a questionar certos aspectos do complexo de Édipo, ideia desenvolvida por Freud. Em 17 de dezembro do mesmo ano, Melanie Klein foi a Viena para fazer uma comunicação sobre a psicanálise de crianças e, nessa ocasião, confrontou-se diretamente com Anna, filha de Freud. O debate estava então aberto, e trataria do que deveria ser a psicanálise de crianças: uma forma nova e aperfeiçoada de pedagogia (posição defendida por Anna Freud) ou a oportunidade de uma exploração psicanalítica do funcionamento psíquico desde o nascimento (como queria Melanie Klein).
Mudando-se para Londres, Melanie experimentou suas teorias, tratando dos filhos perturbados de alguns de seus colegas. Sua personalidade invasiva provocou à sua volta paixões e repulsas. Em março de 1927, Anna Freud fez uma comunicação ao grupo berlinense, que constituiu um verdadeiro ataque às teses kleinianas. Houve críticas a Anna, e Freud irritou-se. A discordância entre ambas não parava de crescer: Anna circunscrevia a análise de crianças apenas como extensão do mal-estar de seus pais, enquanto Melanie via a criança de forma autônoma, tanto em sua demanda quanto em seu tratamento.

Construções e transformações

Para Klein, durante a análise de uma criança, devia-se explorar a relação desta com seus pais em profundidade, sendo desnecessário e mesmo incompatível que o analista exercesse qualquer influência educativa. Encarava o papel dos pais da “realidade” de forma bastante diferente dos pais internalizados pela criança, postulando que as imagens destes, mesmo em crianças pequenas, já sofreram distorções e transformações.
A base técnica de Melanie Klein era a mesma utilizada com adultos: a criança podia expressar-se associando os assuntos e as palavras livremente. Para sustentar a posição do analista, Klein defendia que sua função deveria se afastar das tarefas do educador que, muitas vezes, se ocupava em proibir e tolher, enquanto a do analista deveria concentrar-se em permitir e liberar certos comportamentos, sobretudo por meio dos jogos e das brincadeiras.
Klein afirmava que era preciso educar as crianças com o mínimo de repressão de sua sexualidade e protegê-las dos “perigos da ignorância” por meio do esclarecimento. Assim é a educação que ela buscava realizar com Fritz (Erich, seu filho): uma educação baseada sobre a “franqueza irrestrita”, capaz de liberar e satisfazer sua curiosidade, agindo contra a repressão e a inibição de sua capacidade intelectual. Suas perguntas sobre o nascimento das crianças eram respondidas com absoluta veracidade e, quando necessário, numa base científica apropriada ao seu desenvolvimento, mas tão breve quanto possível.
Nesse primeiro momento, em 1919, a educação psicanalítica deveria combater ainda a onipotência em todas as suas frentes: a ideia de Deus, os contos, as fantasias e tudo o que manifestasse a “megalomania incurável do ser humano” – pesada ameaça que pairava sobre o pensamento e que, segundo ela, punha em risco o desenvolvimento intelectual e a aprendizagem.
Já em 1921, no desenvolvimento do caso Fritz-Erich, a proposta de perseguir as fantasias em nome da liberdade de expressão sofreu uma transformação: o objetivo da “educação psicanalítica” passou a ser a “liberação da fantasia”. Essa relação educativa e psicoterápica de Melanie Klein com Fritz-Erich marcou a origem da técnica kleinista da psicanálise das crianças por meio do brincar.

Poderosa chefe de escola

Diversamente do annafreudismo, o kleinismo não foi simples corrente. Constituiu-se como um sistema de pensamento a partir de um mestre (no caso, uma mulher) que modificou inteiramente a doutrina e a clínica freudianas, desenvolvendo novos conceitos e instaurando uma prática original de análise, da qual decorreu um grupo de formação didática diferente da do freudismo clássico.
Melanie Klein e seus sucessores fizeram escola, integrando na psicanálise o tratamento das psicoses (esquizofrenia, casos borderlines, distúrbios da personalidade ou do self), inventando o próprio princípio da psicanálise de crianças (por uma rejeição radical de qualquer pedagogia tradicional) e, por fim, transformando a interrogação freudiana sobre o lugar do pai, sobre o complexo de Édipo e sobre a gênese da neurose e da sexualidade numa investigação da relação arcaica com a mãe, numa evidenciação do ódio primitivo (inveja) e, por último, numa busca da estrutura psicótica (posição depressiva / posição esquizoparanoide), característica de todo sujeito. Assim, os kleinianos inscreveram a loucura na vida de todos os sujeitos humanos.
A história particular de Melanie também foi marcada por intensos conflitos. Em 1932, sua filha Melitta Schmideberg, casada com Walter Schmideberg, amigo da família Freud, tornou-se analista e se afastou de Melanie. A partir de 1933, Melanie Klein passou a sofrer ataques incessantes de Melitta, em público.
Além disso, alguns meses depois da chegada dos Freud a Londres, em 1939, as hostilidades com Klein irromperam efetivamente, provocando a partir daí intensas reuniões públicas para discussões teóricas. Os confrontos assumiram tal intensidade que o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott (1896-1971), então partidário de Melanie, interrompeu durante a Segunda Guerra uma noite de debates para observar que um ataque aéreo estava ocorrendo e era urgente procurar abrigo – e ninguém havia se dado conta.
Nunca tendo se reconciliado com sua filha Melitta, deixando inacabada uma autobiografia, Melanie Klein morreu de câncer de cólon em Londres, a 22 de setembro de 1960, sem nada perder de seu dinamismo e combatividade intelectual até o final da vida.

APOSTILA DE ATIVIDADES DE CALIGRAFIA – TREINO DA CALIGRAFIA EM PDF

Olá!



Hoje trago para vocês uma apostila de caligrafia, são 56 páginas com atividades para ajudar a treinar a caligrafia. Gostei muito desse material. É bem fácil de usar e de baixar.
Espero que seja útil!
Só clicar no link e baixar em PDF - > Apostila de atividades de caligrafia


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

“É PRECISO TER VÁRIOS MÉTODOS PARA ALFABETIZAR”, AFIRMA ESPECIALISTA


Em 2009, ao identificar a carência de materiais em formato de revista para formadores de alfabetizadores, fui a Belo Horizonte propor à professora Magda Becker Soares, a quem já havia entrevistado algumas vezes, que coordenasse dois números especiais sobre o tema para a revista Educação.
Depois de uma reunião de uma hora e meia com docentes do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, órgão criado por ela, havíamos discutido, desenhado, dividido em capítulos e listado autores para os dois números. Magda, então, foi a voz que enfatizou a importância da parceria entre Ceale, que faria 25 anos em 2010, e Editora Segmento. Depois disso, passou a bola para as professoras Aparecida Paiva e Sara Mourão darem continuidade ao projeto por parte do Ceale.
Ela própria, ainda que tenha participado com um artigo, estava com a mente voltada a um projeto que iria ocupá-la a partir de 2011: a escrita de um livro que mergulhasse em toda sua trajetória intelectual relativa ao entendimento da faceta linguística na inserção do mundo da escrita. Traduza-se por isso o processo de alfabetização, objeto de aprendizagem a que dedicou a vida, desde antes de formar-se em letras neolatinas pela mesma UFMG, em 1954.
Ainda que sua visão sobre a entrada no mundo letrado seja bem mais ampla do que a questão específica da alfabetização – Magda é a introdutora no Brasil do conceito de literacy, o letramento – o tema, em razão do renitente insucesso da educação pública brasileira, remanesceu quase como que uma obsessão para ela.
Por intuir que era muito mais complexo do que a forma como era tratado na formação de professores, em especial na pedagogia, continuou a tentar desvendar suas diversas nuances. Para escrever o livro, batizado de Alfabetização – A questão dos Métodos (Editora Contexto), mergulhou no talvez mais rico conjunto de referências de pesquisa, percorrendo todas as áreas nele envolvidas, dando atenção ao objeto e ao sujeito da aprendizagem, como enfatiza. Mas ainda deixando em aberto as outras duas facetas relativas ao mundo letrado, a interativa e a sociocultural.
Quem sabe, objeto de uma nova obra com a assinatura desta intelectual cuja marca principal parece ser a generosidade. E que continua mais ativa do que nunca aos 84 anos. Numa tarde agradável no início de agosto, ela nos recebeu em sua casa, em Belo Horizonte.

Como nasceu sua preocupação com a questão da alfabetização?

Durante toda a educação básica – primário, ginásio e científico (queria ir para a área de ciências exatas), estudei em escola privada, protestante, metodista. Depois fiz curso de letras e fui dar aula em escola pública, para o ginásio. Levei um susto terrível. Senti na pele a distância que havia entre a escola em que eu tinha estudado e onde dava aulas agora, a diferença de condições, professores, sobretudo de relação dos professores com os alunos. Esse momento representou um rito de passagem na minha vida. Daí em diante, passei a vida por conta da escola pública
Deixei o ensino básico e fui para a universidade, com dedicação exclusiva, o que às vezes é mais um malefício do que um benefício para quem está formando professores. Você forma professores para uma escola da qual está distante, que conhece só pela pesquisa. Mas fiz e orientei pesquisas sobre a língua, sobre problemas de linguagem na escola pública. E fui me convencendo cada vez mais que a questão era o começo da história, a fase de entrada da criança no que podemos chamar de cultura da escrita. E acabei me voltando para essa área inicial.

Quando foi isso?

Comecei a dar aulas um ano antes de me formar, em 1953, dava aulas para ginásio ou em formação de professoras do curso normal. Só fui entrar na universidade em 1960. Fiquei até me aposentar, na véspera de fazer 70 anos. A moça da secretaria me disse que eu já poderia ter me aposentado dez anos antes. Eu disse: “quem falou que eu queria?”.
Nesse período todo, fiquei preocupada com a questão da aprendizagem da língua escrita pelas crianças. Inicialmente, trabalhava só com o curso de letras, depois quis trabalhar também com pedagogia, na disciplina de alfabetização, que conseguimos introduzir. Antes dela, havia na pedagogia uma metodologia da língua portuguesa, um semestre só. Assim, ficamos mais perto de quem ia para a sala de aula na escola pública. Aí veio um interesse grande em alfabetização. Esse livro de agora é resultado disso.
Como sempre fui muito obsessiva por leitura, por estudar, estava sempre a par do que se produzia aqui e no exterior. Ao mesmo tempo, acompanhava o fracasso na alfabetização neste país, que é algo que não se vence nunca.Comecei a ficar impressionada.
É consenso que o professor de qualquer disciplina tem de saber o conteúdo para poder ensiná-lo. Tem de saber história para ensinar história, tem de saber geografia para ensinar geografia, ciências para ensinar ciências. Para alfabetizar, é como se não houvesse algo que se tem de saber. É como se a pessoa, sabendo ler e escrever, soubesse automaticamente alfabetizar. O que não faz sentido.
Na minha visão de linguista, pensava que a língua escrita é um sistema de representação extremamente complexo e que demanda de uma criança de 5, 6, 7, 8 anos habilidades cognitivas muito complexas também, pois trata do entendimento de um sistema de representação bastante abstrato. É preciso representar os sons com sinaizinhos na página, os chamados grafemas, sinais que são também arbitrários. Por que um desenho de B vai representar o fonema |B|? Ou seja, o objeto em si é complicado. E, portanto, as habilidades cognitivas que a criança precisa para compreender e dominar esse sistema são também complexas e dependem do processo de desenvolvimento dela.

E o preparo para isso…

No próprio curso de pedagogia, ninguém acha importante discutir essas coisas com quem vai alfabetizar. É algo que me tomou anos. Há muita leitura nesse livro, tudo para que eu pudesse entender bem o processo de aprendizado da língua escrita dos pontos de vista da psicologia cognitiva, da linguística, da sociolinguística, enfim, de várias áreas de conhecimento.
E depois tem o fato de os psicólogos do desenvolvimento terem começado a se preocupar com isso há pouco tempo, como os linguistas que começaram nos anos 70, outro dia mesmo. Cada um analisando seu pedaço, daí o nome das facetas. Porque você aprende a codificar e decodificar a língua escrita [parte da faceta linguística], para fazer alguma coisa com isso, interagir com outros por meio da escrita nas situações em que a escrita é a forma de comunicação [faceta interativa]. E tudo isso dentro de um contexto cultural que tem lá suas ideias sobre a escrita, a utiliza com determinadas funções, exige isso e aquilo das pessoas, que é a terceira faceta [sociocultural].
Essa ideia das facetas começou lá atrás num artigo que publiquei em 1960 mais ou menos, em que já discutia isso. Estávamos numa fase, que vai até os anos 70, 80 em que se discutia o fracasso escolar. Quantos meninos eram reprovados no primeiro ano ou evadiam, saíam da escola porque não aprendiam a ler ou escrever? Toda vez que saía estatística era isso.
Hoje continuamos no mesmo sistema… quantos chegam lá na frente sem aprender a ler? Mas já achava que era mais complexo do que isso. A vantagem que levei foi ter sido formada em letras, e não em pedagogia. A alfabetização sempre foi entendida como um problema de pedagogo. Até hoje ainda há muito disso. E é, mas não só. É também da psicologia, da linguística e de todas as ciências linguísticas.

Quais são os maiores entraves para a alfabetização?

Pensando com os pés no chão – linha mestra do livro – é que sempre se pensou a alfabetização em termos de método. Lá em Lagoa Santa [município mineiro em que coordena o Núcleo de Alfabetização e Letramento, que faz formação continuada com as professoras da rede local], cujo processo é uma didatização do que está nesse livro, as pessoas vão nos visitar e a primeira pergunta que fazem é: “que método vocês usam na alfabetização?”. Como se a alfabetização fosse uma questão de método. E sempre foi assim.
O que você tinha de bibliografia na área de alfabetização era a defesa de um ou outro método, disputas, desentendimentos em torno de como ensinar. Mas sem pensar em como ensinar o que e para quem. Quem aprende o quê? Sem pensar que é um objeto linguístico que uma criança em fase de desenvolvimento enfrenta e dele se apropria. A questão é fundamental. Isso explica esse reiterado fracasso em alfabetização, que data de quando houve a democratização do ensino, porque as camadas populares entravam na escola e não aprendiam a ler e escrever. Esse fracasso só mudou de figura. Antes era a reprovação e a evasão.
Temos uma bibliografia estatística bastante grande desse período, sobretudo dos anos 70, que mostrava quantos alunos eram reprovados a cada ano. A taxa de reprovação da alfabetização era sempre alta do 1o para o 2o ano, pois ainda havia essa ideia de que o menino tinha de ser alfabetizado do 1o para o 2o ano. A gente tinha classes de alfabetização, o que expressa o desconhecimento do que é esse processo, achar que você alfabetiza uma criança em um ano.
Depois, quando vieram os ciclos, começou a reprovação no fim do ciclo. Resolveram que não pode reprovar no fim do ciclo, então o menino chega ao 6º ano, 7º ano semialfabetizado. Quer dizer, o fracasso, antes concentrado numa série inicial, atualmente se dilui ao longo do ensino básico. E até hoje está assim por quê? Porque continuamos discutindo método, sem entender o processo, como se se pudesse achar de repente um método que fosse uma varinha de condão, uma receita.
O livro descreve bem as polarizações no campo, desde a pendenga entre sintéticos e analíticos no início do século 20, até a mais recente, entre fônicos e construtivistas, uns sempre negando os outros, ideologizando o olhar. É uma espécie de Guerra Fria?
Sim, tanto que nos Estados Unidos isso foi chamado de Read­ing Wars, as Guerras da Leitura (eles chamam a alfabetização de reading), o que ainda hoje se comenta. Era a guerra entre phonics e whole language, na linha do nosso construtivismo, com a concepção de que a criança aprende por si mesma, de que aprender a escrita é a mesma coisa que aprender a língua oral. O que é uma coisa absolutamente sem sentido, pois já se sabe há tempos que a língua oral é inata e a escrita é cultural. Essa ideia é subjacente a esse grupo da whole language e ao nosso construtivismo. E isso não se sustenta mais cientificamente.

Como você interpreta essa disputa?

As pessoas disputam métodos, e não os fundamentos dos métodos, pois é importante vencer a guerra dos métodos, porque você vence social, cultural e comercialmente em uma sociedade. Isso é o que justifica a guerra, essa posição de que é “isso ou aquilo”, quando, na verdade, é isso e aquilo.
No estudo da alfabetização como processo cognitivo num quadro de desenvolvimento e do objeto que é a língua escrita, vê-se que a criança precisa, sim, aprender as relações fonema/grafema. A perspectiva fonológica deixa isso muito claro. Se você escreve registrando o som, claro que a criança tem de perceber o som e compreender que quando se escreve não se escreve a coisa em si, mas o som com que você se refere à coisa. Então, o processo de relação fonema/grafema está implícito, presente, quer queira, quer não.
Está presente no construtivismo, pois se a criança vai descobrindo, se apropriando da língua escrita, de acordo com a terminologia do construtivismo, o que é essa apropriação? É descobrir essa relação fonema/grafema, grafema/fonema. Só que o fônico faz isso de forma sistemática, porque cai num método. E o construtivismo não faz isso de forma sistemática porque resolve sistematizar outras coisas, como o convívio da criança com a escrita etc.
Então é isto e aquilo. Não há como reduzir a complexidade do processo a um método, se você entende método como modo de agir alicerçado em fundamentos teóricos. No caso da alfabetização, fundamentos psicológicos – psicologia do desenvolvimento, cognitiva, no que se refere à criança – e fonologia, psicolinguística, sociolinguística, no que se refere ao objeto.
Pode haver vários métodos que funcionem ao mesmo tempo. Isso me incomodou o tempo todo porque foi no correr do livro que fui vendo o que diria a respeito da questão dos métodos, proposta no título. A ideia primeira era de que não se deve procurar um método, mas vários métodos. Aí comecei a pensar, e esse último capítulo [Métodos de alfabetização: uma resposta à questão] me deu muito trabalho. Desde o início pensei que a conclusão a que eu ia chegar para resolvê-la não era chegar dizendo “é só colocar isso no plural”. Você tem uma forma de orientar a criança para levá-la a relacionar o oral com o escrito; outra forma quando pretende desenvolver o conceito de palavra etc. Cada forma de um jeito. É preciso ter vários métodos para alfabetizar. De forma um pouco mais genérica, cada faceta é um método diferente.

Nesse aspecto, é interessante a ideia dos pesquisadores Spiro e DeSchryver, citada no livro, de que o ensino explícito é adequado em áreas do conhecimento bem estruturadas, isto é, aquelas em que é possível delimitar informações, conceitos e processos que o aluno deve aprender.

As alfabetizadoras são muito espertas, porque a maior parte delas, quando você vai pesquisar quais métodos de alfabetização são usados em sala de aula, dizem que misturam vários métodos, usam “métodos ecléticos”. É uma resposta inteligente, pois já perceberam que cada método tem a sua contribuição a dar.
Em alguns casos, você tem um ensino mais direto, explícito. Se quiser, pode deixar na visão construtivista, para a criança adivinhar, descobrir de tanto mexer com a escrita. Mas não é justo com ela. É algo construído culturalmente, que você vai ensinar a ela. Isso não quer dizer que ela tenha de ficar fazendo aqueles exercícios de método fônico, mas deve ter um ensino explícito. Ao mesmo tempo, isso pode ser acompanhado de elementos do construtivismo, como o convívio com material escrito, conhecendo diferentes portadores da escrita e gêneros textuais. Aí, não se trata de ensino explícito, e sim de ensino indireto, com a criança envolvida nesse mundo da escrita. É como se esse objeto “língua escrita” fosse composto de vários subobjetos, cada um com sua peculiaridade, exigindo determinadas habilidades e processos cognitivos da criança, que têm de acompanhar o processo de desenvolvimento dela, sem dar saltos.
E também não pode retroceder, que é o que muitos têm feito quando negam à criança o início da alfabetização na educação infantil. O único jeito de uma pessoa alfabetizar conscientemente, sabendo o que está acontecendo com a criança, que hipóteses ela está fazendo, que interferência fazer em cada momento, é saber que estratégia usar. Essa construção de hipóteses é coisa do construtivismo, só que no construtivismo a criança vai fazendo hipóteses e você vai dando a ela outras experiências para ela desmanchar essa hipótese, substituí-la. Por que não clarear as coisas explicitamente para a criança?

Até porque há crianças que, por diversos motivos, não querem formular hipóteses…

Tem um caso engraçado numa pesquisa de uma orientanda minha, que relata a história de uma menina de uma escola construtivista, onde pediam para ela escrever alguma coisa na atividade de casa. Ela perguntava como escrever para a mãe, que tinha participado da reunião de pais na escola e havia recebido a orientação de responder que ela deveria escrever como achava que era. A menina perguntava e a mãe respondia: “escreve do jeito que você acha que é”. E a menina: “Não, me fala só essa letra, se é essa ou é essa”. E a mãe: “escreve do jeito que você acha que é”. Até que a menina falou: “Acho que isso é um segredo, né?” (risos). É a tal história, o adulto fica escondendo da criança o que você pode dizer para ajudá-la a descobrir com a sua orientação explícita.

Qual a importância da memória no processo de aquisição da linguagem oral e escrita?

Nesse processo inicial de alfabetização é muito forte, porque é um sistema de representação. Há quem chame de re-representação, pois a oralidade já é uma forma de representação.
Este objeto, por exemplo, que é o real: ponho isso numa representação de sons que é “gravador” e depois é preciso pegar essa sequência de sons e colocar numa outra representação que é visível. Ou seja, tenho de passar da oralidade para a visibilidade, pois a língua escrita é a língua tornada visível.
Como se trata de um sistema de representação abstrato, pois não representa a coisa em si, como faz o desenho, a memória é fundamental. No caso do nome da criança, por onde todos começam por ter um sentido para ela, a criança memoriza as letras de seu nome. Quando você quer que ela comece a reconhecer o nome dos colegas, ela memoriza. Isso é que a vai levando, aos poucos, a entender que é um processo de representação.
Que você pode fazer de forma mais fácil e leve para a criança, de forma mais direta. Mas para relacionar letra com som, é só pela memória. Outra coisa mal trabalhada na alfabetização é que colocam um alfabeto lá e dizem “essas são as letras”. Dão inclusive alfabeto móvel para a criança mexer. Mas é difícil para ela criar a ligação entre aquelas linhas e curvas com os sons, confundem muito. Qualquer um que mexe com alfabetização sabe disso, ainda mais letras muito próximas, com pequenas assimetrias, como p e b. Uma diferença de posição muda a própria letra, a correspondência de sons.
Só a memória vai fazer a criança gravar que esse p é diferente desse d, embora tenha havido uma virada, ou que o p é diferente do b, outra pequena virada. É preciso conhecer a psicologia da memória, o que é memória de curta de duração. Tem gente que fala: “Ah, mas esse menino não aprende de jeito nenhum, a gente ensina hoje, na semana que vem ele já esqueceu”. Ora, há uma memória de curta duração que você precisa transformar numa memória de longa duração. Na alfabetização, isso acontece muito.

Há, por parte de uma corrente ligada ao construtivismo uma ojeriza à sílaba? Por quê?

A sílaba é ponto crítico da alfabetização. No próprio construtivismo, enquanto a criança não chega à fase chamada de silábica, não se alfabetiza. O trabalho todo tem de ser feito para ela perceber a sílaba, pois ela não percebe o fonema.Só consegue perceber o fonema quando faz o contraste entre uma sílaba e outra. Isso é outra coisa que revela a falta de fundamento linguístico do método fônico, que acha que você pode ensinar os fonemas.
Nos Estados Unidos, eles usam muito isso. Ainda hoje recebi um livro falando da importância de avaliar se a criança está relacionando a letra com o fonema que ela representa, pedindo, por exemplo, que ela fale vaca separando cada pedacinho. A criança fala sempre va-ca. Eles pedem pedacinho menor. Como eles vão falar o som do v e do c? Quando você põe va-ca e fa-ca, ela percebe a diferença, mas a realidade concreta não está na diferença sonora. Daí a importância da sílaba, é pelo contraste que a criança identifica – no sentido que discuto no livro, de ver que é idem, igual. Quando eu falo fa, fi, há uma identidade no fonema inicial, aí é que ela percebe. Não tem jeito: se não passar pela sílaba não vai.

Mas por que a rejeição?

Reclamam do método silábico. Que é que tem? Qualquer livro de linguística, de fonologia mostra que o elemento básico da corrente fonológica, perceptível, identificável, é a sílaba. Essa rejeição é um dogma. Na alfabetização estamos muito sujeitos a dogmas. Duas coisas que prejudicam são esse dogmatismo e outra, do pessoal do fônico, de buscar solução para a nossa alfabetização em outros países, sobretudo nos Estados Unidos, com ortografia completamente diferente.
Por isso trabalhei um capítulo sobre a questão da ortografia, para que enxerguem como ela influencia o processo de alfabetização. Seria ótimo se pudéssemos imitar os finlandeses, pois na língua deles cada fonema é uma letra, cada letra um fonema, não tem discussão, é uma língua com a ortografia muito transparente.

Como esses dogmas estão prejudicando a educação infantil?

Infelizmente, muita gente acha um pecado mortal mexer com alfabetização na educação infantil, como se a criança não estivesse convivendo com a língua escrita desde praticamente o momento em que nasce.
É preciso respeitar o desenvolvimento da criança. O povo da educação infantil está respeitando o desenvolvimento de uma criança do século 19, não o da criança de hoje, que já nasce imersa num contexto gráfico, da escrita. E é para começar na hora certa.
Por exemplo, a percepção de que a palavra é som deve ser trabalhada na educação infantil, pois a criança está pronta para fazer isso. É uma coisa lúdica, de cantar parlendas etc. O que a educação infantil não tem feito é, quando a criança está falando uma parlenda com rima, escrever para ela essas palavras com terminação igual e apontar isso. Aí, ela já começaria a ver que a letra representa um som, quando isso é igual etc. Enfim, vários procedimentos para a criança já ir fazendo essa relação. Ela pode dar conta disso e pode ser feito de forma lúdica.Ajuda muito a alfabetização, principalmente nessa perspectiva de alfabetização na idade certa.
Se a idade certa for 8 anos, algo arbitrário, não dá tempo se começar aos 6 anos. E a criança está pronta para esse processo antes disso. Há equívoco na compreensão. Acham que deve trabalhar apenas literatura infantil, o contato com o livro, numa linha muito construtivista. Ler para a criança, deixá-la folhear o livro, coisas obviamente muito importantes. Mas, com base nisso, por que já não chamar atenção para o fato de que o que está escrito no livro é o que está sendo falado? É estranho o pessoal achar que o desenvolvimento se faz por etapas estanques, aqui acaba uma coisa e começa outra. Nenhum desenvolvimento é assim, é um processo contínuo, que começa na creche. Em Lagoa Santa, na creche já estamos trabalhando historinha com os meninos, fazendo-os reconhecer figuras e mostrando, por exemplo, a imagem e a palavra do lobo.

A aquisição da consciência meta­linguística é a porta de entrada pa­ra o pensamento complexo?

É o que está na base da aprendizagem da língua, não só na alfabetização, mas em todo o processo. Para produzir um texto, você tem de ter consciência metalinguística, tem de ser capaz de olhar a língua. Quando escreve um texto, você pode falar o texto. Mas na hora de escrevê-lo há certas convenções, tem de ter consciência sobre a língua para produzi-lo, fazer uma leitura, interpretar. E na alfabetização, para transformar o oral no escrito. O metalinguístico é fundamental.

O livro trata de forma minuciosa a questão da transparência e da opacidade linguística. A opacidade de línguas como o inglês, por exigir maior esforço da criança no processo de identificação das relações fonema/grafema, propicia maior consciência ao aprendiz?

Com certeza, uma ortografia opaca como a do inglês exige muito mais da memória do que uma transparente. Por causa disso, talvez o menino que aprende o inglês desenvolva mais a consciência metalinguística, pois tem sempre de estar fazendo associações. Para ensinar o inglês para crianças, eles usam muito as analogias, morfemas, a consciência morfológica. Que para nós serve quase exclusivamente para a ortografia, para a aprendizagem de regras ortográficas. Para o inglês aprender a ler tem de trabalhar muito com a morfologia da língua, para suprir a opacidade das relações fonema/grafema. Então, por hipótese, acho que deve exigir mais consciência metalinguística deles do que dos nossos. Mas não sei se isso resulta em um benefício para eles.
Depois da alfabetização, para produção de leitura e produção de texto, quanto mais desenvolvida a consciência metalinguística, melhor leitor e melhor produtor de texto será a pessoa. Uma coisa é a pessoa que lê e não vê as entrelinhas, não tira inferências, que são habilidades metalinguísticas. Enfim, são coisas muito complicadas para serem tratadas de um modo ingênuo como tem sido feito.

Quais devem ser os principais beneficiários do livro?

Não foi um livro que escrevi para resolver o problema da professora na sala de aula. Eu gostaria que todos que formam alfabetizadores tivessem esses conhecimentos e fundamentos para que o alfabetizador ou alfabetizadora seja uma pessoa que conhece o processo da criança e conhece o objeto, saiba relacionar uma coisa com outra, saiba o que fazer. É o que chamei de alfabetização com método, e não método de alfabetização. Uma alfabetização baseada em fundamentos que fazem você entender o processo e, portanto, permitem saber como agir, quando ser mais ou menos diretivo; entender o que está acontecendo com a criança quando ela está com dificuldade, o que fazer. Minha intenção, ao fazer tantas leituras e tentar sistematizar isso para mim mesma – e uma vez isso feito, ter a vontade de socializar para quem trabalha com alfabetização –, é que avancemos nesse campo, não fiquemos discutindo se é esse ou aquele método.
Fonte: revistaeducacao.com.br RUBEM BARROS , 18 DE OUTUBRO DE 2016

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