quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Sob um olhar Psicopedagógico #09 | As ilhas da personalidade - Daytripper e Divertida Mente

E aí, Psicos!

É com muito prazer que hoje venho falar para vocês sobre duas obras tão diferentes, porém com tanto em comum.


Estou falando da animação Divertida Mente e a HQ Daytripper.


É só dar play no vídeo para entender o que elas tem em comum.

Não gosta de vídeo? Eu explico escrevendo...

Vou começar falando sobre Divertida Mente, uma animação que nos traz o centro de comando na mente de uma menina desde o seu nascimento.
O comandantes dessa mente infantil são: A Alegria, que claramente é a líder, a tristeza, a nojinho, o medo e a raiva.
Cada um desses personagens tem um papel na personalidade da menina, sendo a Alegria a personagem mais ativa e preocupada, ela quer sempre que a menina esteja feliz o tempo inteiro.

O bacana é que começamos a pensar que ninguém pode ser feliz o tempo inteiro, certo? 

Eles também controlam as memórias da menina e algumas delas são memórias tão importantes que constroem "ilhas". Essas ilhas nada mais são do que traços da personalidade da menina.
A animação segue seu curso e a Alegria se vê sozinha com a Tristeza, a quem ela sempre desprezou, em uma aventura e aos poucos ela descobre a importância da Tristeza na vida da menina, nos fazendo refletir o quão bem os sentimentos precisam estar equilibrados para nossa saúde mental.

Vemos também que de acordo com o amadurecimento da menina, as memórias vão saindo com um misto dos sentimentos. Entendi isso como algo harmonioso, como se seus sentimentos estivessem em sintonia lhe causando certa saúde mental, o que não acontecia quando eles estavam competindo por espaço.

Agora Daytripper
Daytripper é uma HQ de autoria nacional. Me atrevo a dizer que foi a melhor HQ que eu já li na vida!
Bom... Ela conta a história de vida de um jornalista e a cada capítulo encerra uma fase da vida dele.

Agora a forma como esses capítulos são encerrados e sensacional e não posso contar pra não dar spoilers, mas é muito bom.
Diferente de Divertida Mente, Daytripper é uma história voltada mais para o público adulto, é preciso certa sensibilidade para entender a história e como aquela série de acontecimentos culminam na formação da personalidade do jornalista.
A arte é impecável também, assim como a diagramação da HQ. Recomendo a todos que curtem histórias com significados mais profundos.



O que essas duas histórias tem em comum?
Bom, cada uma a sua forma, nos mostra o quão nossas experiências são responsáveis pela nossa visão de mundo e os traços da nossa personalidade.
Somos, assim, a soma de nossas experiências e influenciados pelo meio em que vivemos.
De acordo com nosso amadurecimento passamos a entender melhor nossos sentimentos e a lidar com eles, entendendo que todos são importantes, por mais que achemos, às vezes, que a felicidade deveria ser a estrela central de nossas vidas.
Achei bem legal também que, por vezes, uma dose de tristeza aguça a criatividade e a arte.

Enfim... Quem conhece essas histórias não deixe de dizer se concorda ou não. Quais as lições que tiraram delas? Recomendam?

Estou sempre em busca de histórias com significados, então estou aberta a sugestões também.

bjsss


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O Regresso

Olá Psicos!

Hoje vamos falar sobre esse filme tão impactante.

É só dar play para assistir as nossas considerações.
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O texto para quem é de texto...

O que mais prezo em uma história, seja em livros, séries ou filmes, são as motivações.
Sim... Pra mim, os personagens precisam ter motivos plausíveis para suas ações e eis que "O Regresso" nos regala com uma história onde motivação é um artigo em abundância.


Então vamos focar a postagem nas motivações dos personagens embasando suas ações.

OBS: NÃO daremos spoilers, o que falaremos aqui pode até ser visto de forma mais sucinta no trailer.


Motivação 1: Glass, personagem do Leonardo DiCaprio, tem um filho mestiço. A mãe do rapaz, sim ele já é praticamente um homem, foi assassinada. Ela era indígena.
O DiCaprio cuida com todo o afinco do filho e tenta mantê-lo em segurança, já que o preconceito era grande com os indígenas e o homem branco estava literalmente tomando o lugar.
Eles estão com um grupo que caça afim de obter peles para vender.
Acontece que um desses caras da caça encrespa para o lado do Glass e do filho. Ali começamos a perceber que o vilão é um covarde e age motivado pela AMBIÇÃO.

Motivação 2: Quando Glass é atacado por um urso e contra todas as estatísticas, ele sobrevive, os homens da caça o carregam pela floresta, mas não é uma tarefa fácil, já que ele não consegue andar, falar nem fornecer qualquer tipo de ajuda. Então os homens o deixam para traz sob os cuidados de uma pequena comitiva que consiste no filho e mais dois homens, um deles é o tal ambicioso.
Como mostrado no trailer, esse homem assassina o filho do Glass em um momento de COVARDIA.



Motivação 3: Novamente contra todas as estatísticas, Glass se recupera, o melhor que pode, sozinho no meio da floresta e tendo ainda a preocupação dos indígenas perseguindo qualquer homem branco que encontrem pelo caminho. Ele começa então sua saga pela VINGANÇA do assassino de seu filho.

Motivação 4: Existe um personagem, que não vou falar quem é pra não dar spoiler, que representa o telespectador, pelo menos a maioria. Ele age movido pelo MEDO, sabe que está tomando as atitudes erradas, mas o medo de morrer o faz seguir em frente. Não consegui julgar esse personagem, me perguntei várias vezes se teria feito diferente no lugar dele e não consigo encontrar uma resposta confortável.

O Regresso foi um filme que me tirou da zona de conforto. Com cenas agoniantes e dilemas como a questão do índio que teve sua terra invadida e a questão da busca pela sobrevivência.

Estou fortemente na torcida para que o Leonardo DiCaprio ganhe o Oscar esse ano, pois ele esteve incrível nesse filme.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Príncipe dos Canalhas | Como se formam os canalhas

Olá Psicos!

Gente, hoje eu trago a resenha de O Príncipe dos Canalhas. Segue o vídeo para quem curte a mídia. A maioria das coisas que expus estão no prólogo do livro, então não precisam se preocupar muito com spoiler.

Agora vamos ao texto para quem é de texto.

Eu não poderia fazer a resenha desse livro sem antes comentar o prólogo, onde vi toda a fundamentação da personalidade de Sebastian Ballister. Então relaxe com spoilers, a maioria das minhas observações estão no prólogo.



Sebastian Ballister
Sebastian é filho de uma menina de 17 anos com um homem de 42 anos.
O pai de Sebastian fica viúvo e perde todos os herdeiros para o tifo, doença que matava muito na época.

Ele se vê na obrigação de se casar novamente e gerar novos herdeiros, então escolhe uma jovem italiana, indo contra o que todos esperavam.
Acontece que essa jovem de 17 anos logo se mostra de uma personalidade alegre demais, impulsiva demais e um homem de 42 anos não pode suportar a fogosidade da esposa de 17 anos na cama.

Sendo assim, ele apenas faz sexo com a esposa até engravidá-la e assim Sebastian é gerado. Nunca mais o pai visitou a cama da mãe ou lhe deu qualquer tipo de afeto.

Sebastian nasce e o pai o vê como o próprio filho do demônio, tendo em vista os padrões de beleza da época, um nariz adunco e feições fortes não combinavam com traços infantis.

O único afeto que o pequeno Sebastian tinha vinha da mãe, isso significa uma mulher deprimida e rejeitada pelo marido.

Quando Sebastian tem 8 anos, a mãe foge com um homem qualquer e não leva o pequeno filho junto. Acredito que é aí que começou a se formar o Príncipe dos canalhas. Uma criança não é capaz de entender que a mãe na verdade vivia um conflito e não podia levá-lo em uma aventura que nem ela mesma sabia se poderia sobreviver.

OBS: Essas questões da mãe dele abrem muitas discussões, mas vou deixar aqui apenas os fatos expostos.

Rejeitado pelo pai em um colégio interno ele sofre bullying por ter uma aparência diferente dos demais meninos, mas logo descobre que se ele for mais forte e se for ELE a cometer o bullying primeiro, os outros meninos passam a respeitá-lo.

E assim, Sebastian começa a angariar seguidores e fazer "amigos". Ele cresce, herda as propriedades do pai e suas dívidas também, mas com sua inteligencia e forte personalidade, ele consegue colocar tudo nos eixos.
Assim se formou um homem que não se apaixona, não se envolve com damas da sociedade que possam lhe exigir algo mais, não se importa com mais ninguém além de si mesmo.

Jéssica
Ela é uma mulher incrível, sofre grande influência da vó que, para mim, é uma feminista da época, mas reconhece suas limitações. Jéssica tem um plano, ela quer abrir a própria lojinha para não depender do irmão financeiramente.

Jéssica chega a França com a intenção de libertar o irmão, que controla as humildes finanças da família, da influência de Sebastian.
Bertie é um dos seguidores que Sebastian adquiriu e tenta acompanhar o ritmo do Príncipe dos Canalhas nas urgias e jogatinas.

E é assim que eles se conhecem e começam sua pequena disputa embalada por um romance muito bem construído, que trata de questões profundas e que, apesar de ser um romance de época, fala de problemas que eu considero muito atuais, como a questão do machismo e a afetividade como fator importante na formação da criança.




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Sob um olhar Psicopedagógico #08 - A 5ª Onda

Olá Psicos!

Vamos conversar sobre essa história que está fresquinha nos cinemas?


Para que for assistir ao vídeo, fique atento aos spoiler, nós avisamos quando eles forem começar...
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O texto para quem é de texto....

Eu e o Sr. Bouças fomos assistir A 5ª Onda por uma leve pressão do nosso editor de vídeos, vulgo meu irmão, e não podíamos ter nos divertidos mais.

A bem da verdade, não foi um filme que curtimos, mas foi bem divertido porque fomos com a família e rimos bastante.

Não estou criticando a história, li 50% do livro e devo dizer que não estou no momento para histórias desse tipo. Encontrei muitos elementos clichês de histórias adolescentes e isso me cansou, pois já estou um pouco saturada do estilo.

De forma alguma isso significa que a história é ruim, eu apenas não estou no momento certo para ela, então se você curtiu, que bom! Se você não curtiu, que bom também porque uma experiência é sempre uma experiência.

A 5ª Onda conta a história de uma invasão alienígena ao planeta Terra. Essa invasão acontece em ondas e nesse primeiro momento NÃO vou dar spoiler, ok?

A primeira onda foi algo bem sagaz dos alienígenas, mas poucos morreram, apesar dos sobreviventes terem perdido sua zona de conforto.

A segunda onda foi brutal, matou muitos, mas foi bemmmm clichê.

A terceira onda foi uma espécie de ataque biológico e dizimou 2/3 dos humanos do planeta.

A quarta onda, que para mim foi a melhor, tocou fortemente no psicológico daqueles que sobraram e ela poderia ser o fim, mas é aí que começa minha análise na falha de raciocínio dos alienígenas.

A quinta onda é o mistério da história. Eu, particularmente, achei a quinta onda péssima, foi uma falha na estratégia dos aliens e acredito que eles deram um tiro no pé com isso. O Sr. Bouças discorda de mim e acha que foi uma excelente estratégia. Só vocês assistindo o filme ou lendo o livro para saber se concordam comigo ou com ele.

Para falar mais sobre o filme eu preciso dar alguns spoilers, então se você ainda não leu ou não assistiu ou não quer spoiler, bjsssss e quando quiser pode voltar para ler o resto. Nossa análise será sobre os alienígenas de A 5ª Onda.

SPOILERS

Não vou detalhar as primeiras 4 ondas, mas vamos conversar sobre a 5ª Onda.
Gente... Pra que dar treinamento militar para crianças quando os aliens tem tecnologia suficiente para exterminar os humanos restantes sem ter esse trabalho todo?

Eu achei uma estratégia muito furada isso, eles ensinaram as crianças a lutarem e não pensaram que elas podiam se voltar contra eles?

Outra grande falha de raciocínio deles, pra mim, foi não terem acreditado no poder da empatia. O personagem do Evan tá aí para provar isso, além de sofrer de dupla personalidade, pois claramente ele detém duas, a alienígena e a humana, o Evan é fortemente atingido pela empatia que é totalmente desconsiderada pelos alienígenas.

Isso me faz pensar no quanto subestimamos a afetividade e o quão importante isso é para a formação do caráter de uma pessoa.

Então nós analisamos essa falha no raciocínio dos alienígenas que começaram com uma excelente estratégia militar, mas acabaram por subjugar seus oponentes e isso pode ocasionar a derrota deles.

Só mais uma coisa... Quando o filme terminou eu tive a impressão de ter visto muitos detalhes semelhantes ao filme A hospedeira. Alguém que tenha assistido também ficou com essa impressão?

Beijosssss e até a próxima.

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